6 de abril de 2010

texto do autor.

Não, não existe nenhum texto de não-ficção aqui. O porquê não era tão certo; agora descobri, eu não existo. Não existo fora das minhas histórias. Não existo fora das minhas mentiras, fora das minhas invenções, dos meus personagens - aqueles que só existem em palavras, aqueles que vivem através do meu corpo (ora, que absurdo!, como se os primeiros também não vivessem..).

É impossível, pessoas existentes, viventes ou imagináveis, ler o que eu escrevi, sentir saudades de mim, me achar estranho, gostar de passar um tempo comigo, se apaixonar por mim. Não há um eu. Surpresa! O mágico sempre esteve desaparecido. A verdadeira mágica era mostrar-se, sem podê-lo.

E, aos leitores sagazes, não se animem: não sou quem vocês imaginam estar a escrever esse texto. Ele (o texto? ou o 'quem'? fique a ambigüidade, que é melhor) é só ficção também. Eu, que vos digo estas coisas, sou um mero personagem, sem rosto, sem nome, mas com essa característica: escrevo, conto histórias, minto e não existo além dessas coisas. Deixarei de existir (ou não?) em algumas linhas, e o blog continuará ai, abandonado, pois o autor dele sou eu.

Que besteira.
Só há ficção.

4 comentários:

Ferreira, Lai disse...

Só pra avisar que vou sentar aqui num canto e ler um livro enquanto espero o Anônimo chegar.

(inescrep)

Daniel Gaivota disse...

Acho que ele morreu..

R.Zeki disse...

Acho que ele ficou na ilha.

Não, não, você que ficou, ele voltou, então.
Logo, o Anônimo é você, disfarçado.


(A ilha pra onde você foi quando fugiu, não a minha.)

R.Zeki disse...

Ai, postei com o perfil errado.
É a Lai.