5 de junho de 2008

Colisão

Traduzi-la em palavras seria ultrajante. Tratando-se dela, ao menos trabalho extenuante. Trazia uma tradição de tratar-nos bem para logo nos trair. A trama, travestir-se de atraida e depois, tranquila, trancar-se sob uma trança de destrates até transformar-nos em trapos, extraviados da rota tradicional das paixões. Trouxas, é verdade, mas, trastes que eramos, depois de traçada sua traiçoeira marca, não havia outra.
Eis que, transferido de uma vila tranquila da Australia, veio pela estrada o aluno novo. Atrasado sempre, destrambelhado, tropeçando quase, entrou na nossa trincada e translatória rede de relacionamentos. Ela, já do inicio, lhe trilhou destruição: tramou, treinou, transitou e entregou-se - atriz -, mas o aluno novo, impenetrável, tratou de troçar dela, estragando a tradição. Ela travou. Tremeu. Transtornada, retirou-se.
Mais tarde, triste, no trem das três, trombou com ele, atrás da catraca, a travar dialogo, distraido, com outra estranha:
- Por um triz, Teresa, não te traio.