5 de junho de 2008

Colisão

Traduzi-la em palavras seria ultrajante. Tratando-se dela, ao menos trabalho extenuante. Trazia uma tradição de tratar-nos bem para logo nos trair. A trama, travestir-se de atraida e depois, tranquila, trancar-se sob uma trança de destrates até transformar-nos em trapos, extraviados da rota tradicional das paixões. Trouxas, é verdade, mas, trastes que eramos, depois de traçada sua traiçoeira marca, não havia outra.
Eis que, transferido de uma vila tranquila da Australia, veio pela estrada o aluno novo. Atrasado sempre, destrambelhado, tropeçando quase, entrou na nossa trincada e translatória rede de relacionamentos. Ela, já do inicio, lhe trilhou destruição: tramou, treinou, transitou e entregou-se - atriz -, mas o aluno novo, impenetrável, tratou de troçar dela, estragando a tradição. Ela travou. Tremeu. Transtornada, retirou-se.
Mais tarde, triste, no trem das três, trombou com ele, atrás da catraca, a travar dialogo, distraido, com outra estranha:
- Por um triz, Teresa, não te traio.

6 comentários:

Anônimo disse...

bonito. bonito mesmo! inspirado em algo real? mesmo que (não) seja, bonito ^^

Daniel Gaivota disse...

Ora, mas a partir do momento em que eu escrevi passou a ser real, não acha?
De qualquer jeito, muito obrigado pelo "bonito"!

; )

Daniel Gaivota disse...

Dê uma lida neste, talvez você goste também:

http://graptos.blogspot.com/2007/12/l-la.html

Daniel Gaivota disse...

Dei um UP nesse post, porque eu acho ele muito maneiro.

O blog é meu, faço o que quiser.
; D

chayenne f. disse...

é, eu ia comentar tipo "tenho a impressão de já tê-lo lido"
mas não é só impressão
(:

Daniel Gaivota disse...

Hehe.